Globalização Económica e Bancária

Gula-nização
Há, sem dúvida, forças que tentam destruir o poder americano, mas aqueles que lucram com o poder, convenientemente, obscureceram e esconderam a justificação para as suas acções destrutivas, da vista de todos.
Combine o poder dos cambistas e o poder das corporações, suportado pelo poder militar mais formidável da história do mundo, que tem a máquina mais implacável e poderosa, livre de consciência, devorando (gulosamente) os recursos do mundo, numa operação de exploração sem precedentes.
Enquanto os defensores de uma economia internacional aliciam inofensivamente, com o livre comércio como um beneficio da globalização eles falariam com mais rigor se a chamassem de –“gula-nizaçâo”. Isso porque as mesmas tácticas que funcionaram para o Banco de Inglaterra e o Banco de Reserva Federal – tornar o dinheiro fácil de pedir, mas difícil de pagar – pagou grandes dividendos aos banqueiros em todo o mundo
E os dois maiores bancos de hoje, no mundo inteiro, são o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), os quais entraram em existência em 1944 e 1945, numa tentativa de 45 nações aliadas regularem a ordem monetária e financeira internacional, no final da Segunda Guerra Mundial.
Aparentemente, o Banco Mundial presta assistência técnica e financeira aos que são considerados países em desenvolvimento e às nações que recuperam de conflitos, desastres naturais e emergências humanitárias. O FMI monitoriza os sistemas financeiros globais, as taxas de câmbio e saldos de pagamentos.
Embora quase todas as nações do planeta interajam com estas entidades poderosas, os críticos afirmam que o seu objectivo principal é apoiar os interesses de negócios dos Estados Unidos em todo o mundo e que as suas políticas e acções, realmente, contribuem para a pobreza global, mantendo as nações em desenvolvimento num estado de dívida permanente.
No seu livro “Confessions of an Economic Hit Man” (em português, Confissões de um Assassino Económico), o activista John Perkins descreve seu próprio papel como um banqueiro internacional em estender – ou melhor, sobre-estender – o crédito para países do Terceiro Mundo, num esquema em que os bancos e as suas empresas compadres fazem milhares de milhões à custa dos pobres. Como? Emprestando-lhes, propositadamente, mais do que os países em desenvolvimento podem pagar, e depois apoderando-se de recursos económicos chave, quando, inevitavelmente, não cumprem. Soa familiar? Sim, é o mesmo estratagema dinheiro-solto, dinheiro-apertado usado pelos ourives da Idade Média. Quando se trata de ganância, as más rés continuam a voltar.
Mas, a aliança entre o dinheiro e o poder tem um lado ainda mais sombrio. Perkins explicou, “Os assassinos económicos são enviados primeiro, com abundância de dinheiro para lubrificar as rodas”. Se os responsáveis em causa recusarem a suposta oportunidade, a situação, então, “é-lhes explicada” por outros homens, isto é, assassinos sancionados pela CIA, aos quais Perkins chama “os chacais”.
O que pensariam George Washington, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin da participação dos E.U.A neste rumo dos acontecimentos? Será que questionariam como uma população de homens e mulheres livres poderia ter entregue os seus preciosos direitos da vida, liberdade e a busca da felicidade aos chacais?
Bem, isso aconteceu num momento muito vulnerável da história dos E.U.A. Emergindo do horror da Segunda Guerra Mundial, instigada pelo medo do comunismo e mantida num medo ainda maior de escavação de abrigos contra bombas e ameaças de guerra nuclear, o povo americano foi influenciado a concordar com um pacto de negação mútua. Num precursor da política militar E.U.A. de “não pergunte, não diga”, no que respeita à orientação sexual dos seus soldados, o público comprometeu-se a não perguntar o que estava a ser feito para mantê-los seguros, e o governo prometeu não dizer-lhes.
De forma alguma queremos sugerir que os regimes totalitários marxistas não eram uma ameaça real. As estimativas mais conservadoras são de que 20 milhões de russos morreram por motivos políticos durante o regime de Estaline e duas vezes mais de chineses, durante o reinado de Mao Tse-Tung na China. Mas, escondendo-se atrás dessas ameaças marxistas e adquirindo vantagem injusta dos seus medos fabricados, estavam os mesmos especuladores que beneficiaram de todas as guerras.
Então, qual é a boa notícia aqui? A boa notícia é de que nenhuma pessoa ou sociedade alguma vez restaurou a doença e a desordem para a saúde e ordem, sem primeiro reconhecer a doença – sendo na realidade a maior conquista da Humanidade o reconhecimento da sua própria disfunção, da sua própria loucura… Já demos o primeiro passo para a cura reconhecendo que algo está muito errado.
_____________
Ver vídeos: