A Biodiversidade Marítima em Perigo
Os sistemas industriais de pesca marítima de países ricos puseram em perigo a biodiversidade marítima, já não existindo capacidade nos mares destes mesmos países, para o consumo de peixe existente, devido à extinção de espécies marítimas nos seus próprios oceanos. Os sistemas marítimos são explorados até ao limite no intuito de maximizar lucros… Em quase todo o Mar do Norte, Golfo de Biscaia e mar Mediterrâneo já se esgotou e destruiu a maioria das espécies, por exemplo.
Segundo a Green Peace, 1/4 das criaturas marítimas capturadas e mortas são atiradas de novo para o mar, nas quais incluem-se baleias, golfinhos, albatrozes, tartarugas, etc. A Conferência Global dos Oceanos calcula que 75% dos bancos de pesca mundiais desapareceram. A FAO decretou que 80% das reservas mundiais estão sobreexploradas e que 30% das espécies marítimas estão abaixo do nível biológico de segurança da espécie. O atum por exemplo, começa a ser uma espécie em vias de extinção dentro duns anos, se a sua pesca se mantiver no ritmo actual. Diversos estudos calculam também que em 1948 todos os recursos pesqueiros do planeta estarão esgotados…
O que fazem as grandes empresas internacionais de negócio pescatório? Vão ilegalmente para locais como nos mares da Somália, pescar de formas proibidas por leis internacionais e destruir até ao limite as capacidades pescatórias neste local que, sem capacidade de se defender ou de proteger o seu território marítimo, devido à sua pobreza e estado de guerra no país, vê impunemente exterminar uma das formas de alimentação do seu povo – que morre de fome.
Sim… não são somente as espécies animais marítimas que estarão em perigo de extinção na Somália.
Lixeira Tóxica Durante Décadas
Como se não bastasse o estado caótico em que se encontra a Somália, ilegalmente corporações estrangeiras de países ricos têm, desde os anos 90, utilizado os mares da costa deste país para despejo de resíduos tóxicos e redioactivos, nomeadamente urânio, metais pesados, lixo hospitalar e industrial, químico ou radioactivo, destruindo desta forma totalmente o oceano e a biodiversidade marítima. Aliás, muitos oceanos de países africanos tais como a Costa do Marfim, Nigéria, Congo ou Benim, também servem de lixeira tóxica de países industrializados europeus e asiáticos. Só no ano de 2011 chegaram a África 600.000 toneladas de resíduos tóxicos. Os países africanos converteram-se em locais de despejo de lixeiras de resíduos radioactivos feitos por países ricos.
Quem são os Piratas?
Antigos pescadores que viram impunemente as suas famílias a ficarem sem alimento, devido a grandes navios industriais destruirem a capacidades pescatórias locais, bem como outros indígenas ou guerreiros que se aperceberam das doenças provocadas pelos despejos de resíduos tóxicos nas suas águas territoriais juntaram-se para combater os navios que por ali passassem… que ilegalmente fossem pescar, fazer despejos, ou que estivessem no seu território. Assim, apreendiam os navios e exigiam dinheiro para os libertar ou aos ocupantes presos… Esta foi uma actividade que naturalmente se começou a tornar complicada para as grandes empresas que iam ali fazer pesca ilegal ou descarregar lixo tóxico – uma actividade que rendia milhões de euros ou dólares mensalmente… Denominaram então estes guerreiros somalis de “piratas”.
Dentro da ONU, principalmente países como Espanha e França viram os seus rendimentos afectados através da indústria da pesca e, duma maior dificuldade de despejos de lixo tóxico, tendo sido criado assim a operação “Atalanta”, que só na Espanha produz um custo mensal, em efectivos e mobilização de material bélico em cerca 6.5 milhões de euros, para proteger os navios da continuidade de pesca ilegal na Somália e dos despejos de resíduos radioactivos e tóxicos nestes mares.
Talvez fosse melhor, no entanto, rever a definição da palavra “pirata” para nos apercebermos de quem é que podemos aqui definir como tal…
Fonte:
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